sábado, 3 de outubro de 2009

BRT - Barra - Santa Cruz

A CIDADE NÃO VAI PARAR '

Rio 2016: Prefeitura vai criar site para controle dos gastos

Publicada em 03/10/2009 às 21h03m

Luiz Ernesto Magalhães
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Prefeito Eduardo Paes comemora vitória da Rio 2016. Foto: AFP

RIO - Menos de 12 horas após a confirmação da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, derrotando as cidades de Madri, Tóquio e Chicago, o prefeito Eduardo Paes não escondia sábado, em Copenhague, pouco antes de embarcar de volta ao Brasil, a satisfação de realizar o evento na cidade. E já faz planos após a vitória. Ele disse ao GLOBO que não tinha dúvidas de que o Rio ganharia. Entre os planos do prefeito está a criação de um portal na internet para controlar os gastos com os Jogos de 2016.

O senhor terá uma reunião com os secretários amanhã sobre as Olimpíadas. O que vai ser discutido?

EDUARDO PAES: Na verdade, será uma distribuição de tarefas. A gente preparou essa reunião na semana passada para ficar claro para todo o governo quais são as prioridades, qual a tarefa da prefeitura e o que vamos fazer. Ao longo da semana vamos anunciar uma série de iniciativas.

Tudo aquilo que se referir a gastos voltados para as Olimpíadas será lançado na internet para a prefeitura acompanhar

Poderia dar exemplos?

PAES: No dia 8, vamos lançar o que a gente chamará de "Transparência Olímpica". Tudo aquilo que se referir a gastos voltados para as Olimpíadas será lançado na internet para a prefeitura acompanhar.

Quem será o representante da prefeitura na Autoridade Pública Olímpica?

PAES: Na verdade, isso ainda não está definido. A gente apresentou um modelo ao COI de organização, que precisa ser mais detalhado agora. A coordenação do comitê executivo é do Carlos Arthur Nuzman e do Carlos Roberto Osório. A parte governamental tem que ser discutida.

O senhor falou de transparência de gastos. Como fazer para que o orçamento das Olimpíadas não estoure, como no caso do Pan?

PAES: Acho que é planejamento. A prefeitura não vai ter a petulância e arrogância de fazer a Olimpíada sozinha. A prefeitura precisa do governo federal e do governo estadual para fazer as Olimpíadas de maneira adequada. Nem tenho condições de prejudicar investimentos da educação, saúde e conservação. Nós vamos manter esses investimentos firmes. A cidade não vai parar por causa das Olimpíadas.

O ex-prefeito Cesar Maia admitiu que faltaram recursos para manter a cidade por causa do investimento municipais nos Jogos Pan-Americanos de 2007.

PAES: Ele conseguiu transformar o Pan num problema para a cidade. E o Pan não podia ser um problema para a cidade. E a Olimpíada não pode ser um problema para a cidade. E isso só se faz com parceria. O prefeito anterior quis fazer tudo sozinho, não chamou a participação de outros níveis de governo. E acabou deixando de tapar buraco, cuidar de rua, investir na saúde para fazer estádio.

Há algum plano adicional para incentivar a ocupação da Zona Portuária?

PAES: A vitória de ontem me dá a sensação de que os processos vão se acelerar. O Porto vai ganhar um museu olímpico, que pode ocupar um prédio antigo ou ficar no Píer. Eu gostaria muito, e vou conversar sobre isso com o Nuzman, que a estrutura do Comitê Organizador Rio 2016 fosse montado na Zona Portuária.

Uma supernovidade é que vamos fazer um BRT (Bus Rapid Transit) ligando a Avenida das Américas, desde Santa Cruz, até o corredor T-5 ( Barra-Penha). Construiremos sem cobrar pedágio.

No início do ano o senhor reclamou da situação em que encontrou as contas municipais. A capacidade de investimentos estava em 2%. E agora?

PAES: A gente vai, no mínimo, para 10%. A nossa ideia é chegar a 15% da capacidade. A boa notícia é que a prefeitura já tem recursos inclusive para construir o corredor T-5 sem recursos federais. Estamos terminando o modelo e vamos lançar uma concessão numa parceria semelhante à da Linha Amarela.

Algum outro projeto de corredor de trânsito será licitado esse ano?

PAES: Uma supernovidade é que vamos fazer um BRT (Bus Rapid Transit) ligando a Avenida das Américas, desde Santa Cruz, até o corredor T-5 ( Barra-Penha). Construiremos sem cobrar pedágio.

E para a Guarda Municipal, algum plano novo?

PAES: Nós vamos colocar 3.500 homens na Guarda Municipal. A ideia é cada vez mais fortalecer a presença da Guarda nos espaços públicos, nas grandes vias da cidade, com focos na ordem pública e no controle do trânsito. Isso seria feito ao longo dos próximos dois anos. Isso seria quase 50% a mais que o efetivo atual.

Existem projetos da iniciativa privada que esperavam apenas uma definição se o Rio receberia os Jogos para sair do papel?

PAES: Não tenho dúvida de que vai haver um grande boom no mercado imobiliário, principalmente na Zona Portuária, no Centro do Rio. Existem áreas que já estão se desenvolvendo.

Os empresários do setor hoteleiro querem uma nova legislação para facilitar a construção de quartos na cidade. O projeto que será enviado à Câmara está pronto?

PAES: Em razão da vitória nas Olimpíadas, a gente deve lançar um conjunto importante de mudanças de parâmetros urbanísticos da cidade, que atendem inclusive à questão hoteleira. E também novas operações com Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), como as planejadas para o Porto do Rio.

Também podem ser lançadas Cepacs na Zona Sul?

PAES: Não. A Zona Sul é congelada e tem Apacs. Tem um tratamento diferencial e especial. A gente vai avançar com operações de Cepacs na Barra, espaços do Centro e da Zona Norte.

Existe alguma outra maneira de atrair investimentos?

PAES: Vamos anunciar na próxima semana a criação de uma espécie de escritório de negócios, que vai apresentar a cidade pelo mundo. Em novembro e dezembro, vamos a Londres, Atenas, Barcelona, Sidney e Pequim para conhecer as experiências de gestão dos jogos nessas cidades.

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